nunca me afirmei perante mim própria ou perante os outros. não há espelhos dentro de mim, só vasos cheios de terra e buraquinhos por onde entra a luz. não existem montras nem cabides onde pendurar os casacos. e mesmo que os houvesse, os casacos iam continuar a cair. sugo tudo para dentro ou então deixo-o cair até ao fundo dos meus pés. nada aflora à superfície, só o sangue que consegue escapar pelas feridas dos dedos e dizeres toscos que não levantam folhas do chão. sou tão cheia de mim.