tenho um pássaro no meu peito. agradável seria ser eu esse mesmo pássaro. mais poético ainda. bebericando amores por aqui e por ali. sobrevoando jardins e vivendo em ramos. se quisesse, poderia ainda fazer pequenos ninhos e aninhar-me com outro pássaro como eu. mas o pássaro que vive no meu peito só gosta de ninhos no auge dos auges. e está irrequieto. alegre por um dia poder sair.
27 janvier 2013
17 janvier 2013
15 janvier 2013
subterrâneo
hoje provei-te e sabias a mar. não sei quanta tristeza tens em ti, mas a suficiente terás para ficares tão salgado. imagino centenas de caves subterrâneas em ti  e que nos teus escombros brincam gatos afugentando ratos. e que todos se banham na tua água salgada. ouço um carpir de mulheres aprisionadas e de crianças que se regozijam rebolando-se nas tuas entranhas. guerras travam-se no lóbulo da tua orelha, entre o que entra e o que exasperada e sinceramente sai pela boca. em ti, crescem árvores que afloram à superfície da pele, com pássaros nos ramos e raízes nos pulmões. há mármore junto dos troncos. há também uma grande fogueira numa cavidade do teu peito, onde as mulheres e as crianças se aquecem e onde o mármore termina a sua transformação, enquanto que lagos na tua superfície secam e o vapor te atravessa pela carne. não existem flores em vasos, mas sim nenúfares pendurados pelas paredes e abelhas coladas nos vidros com mel nas asas. e és tu que acordado ou a dormir proporcionas tudo isto. e sou eu que a qualquer preço entraria numa das tuas caves, onde seria livre a coleccionar borboletas e a colar abelhas. nas janelas. com mel nas asas.
7 janvier 2013
Uxbal: tu madre nunca eschuchó ese ruido.
Ana: ¿qué ruido?
Uxbal: el ruido del mar. cuando era pequeño, habia una estación de radio que ponia los sonidos del mar y sus olas gigantes; el sonido me daba mucho miedo
Ana: ¿y por qué te daba miedo?
Ana: ¿qué ruido?
Uxbal: el ruido del mar. cuando era pequeño, habia una estación de radio que ponia los sonidos del mar y sus olas gigantes; el sonido me daba mucho miedo
Ana: ¿y por qué te daba miedo?
Uxbal: me daba miedo el fondo del mar. todas las cosas que viven alli debajo.
2 janvier 2013
corri tão rápido no regresso a casa que as minhas mãos ficaram vermelhas do frio. se a minha pele fosse branca como o luar, talvez os meus dedos se enfeitassem de violetas e grinaldas azuladas. mas sou gasta como o chão e o frio fere-me, não me torna bonita. o som dos pratos a serem arrumados nos armários ressoa nos meus ouvidos e a mais curta respiração exalta-me. talvez sejam presságios de um novo ano a entranhar-se na minha casa e na minha pele.
um bom 2013 a todos.
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