há alturas em que me sinto completamente distanciada de mim e da realidade onde vivo. acho que às vezes construimos muros tão altos e espessos que não nos permitem ver todo o céu. e como é necessário olharmos para ele e para todo o seu esplendor para compreendermos que, como nós existimos, existem também pássaros. e nuvens. ambos voam e são do céu. mas nunca se misturam no azul, jamais! nós erramos e desejamos ser pássaros ou nuvens. mas temos pés. não voamos, mas andamos. sentimos o chão duro e real e a erva escorregadia e fresca.
os meus muros eram tão altos que não me deixavam ver isto. nem tão-pouco o céu. se fechasse os olhos ainda conseguia ver alguns vestígios de estrelas longínquas... quase tão distantes como eu. e criaturas que não nós sempre habitaram na minha cabeça. saltavam de lobo em lobo e confundiam-me os pensamentos confusos. mas não há só noite e escuro. assim como não há só luz e dia.
por momentos, abri os olhos ao que sou e ao que quero ser. talvez amanhã acorde na escuridão apesar de ser dia.
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